Aos estudantes aversos a matemática, leiam esta matéria, talvez ela possa inspirá-los.
Por Fernanda Calgaro
Do G1, em São Paulo
De malas prontas para os Estados Unidos, onde estudará no renomado MIT (sigla para Massachusetts Institute of Technology), Henrique Pondé de Oliveira Pinto leva na bagagem uma medalha de ouro recém-conquistada na Olimpíada Internacional de Matemática, realizada neste ano na cidade alemã de Bremen.
Para conseguir o feito na competição, considerada pela Unesco a mais importante na área, ele precisou passar por dois intensos exames. Em cada um deles, foi aplicada uma prova com três problemas, que deveriam ser resolvidos em quatro horas e meia. Foram duas questões de geometria, duas de álgebra, uma de teoria dos números e uma de combinatória. Cada pergunta vale seis pontos, totalizando 42.
“É bastante puxado mesmo. Nenhuma das questões é contextualizada. Mas, na verdade, todos os problemas têm soluções simples porque os examinadores não pedem nenhuma teoria muito absurda, que ninguém conheça. É preciso só de treino”, diz ele, que conseguiu 35 pontos na prova. Outros competidores que obtiveram notas semelhantes também levaram ouro. “Não sei a nota de corte, mas é alta.”
Aos 18 anos, Henrique é veterano nesse tipo de competição. Ele participou das olimpíadas nacionais desde a 5ª série –e levou ouro em todas elas. Na etapa internacional, já era a terceira vez que disputava, mas este foi o seu primeiro ouro. Nos dois anos anteriores, conseguiu a prata.
O gosto pela matemática ele atribui à influência paterna. “Meu pai sempre gostou de matemática e mostrava desafios de lógica e de matemática para mim e meu irmão, que acabou se formando em matemática aplicada na Unicamp. Acho que é uma coisa que está no sangue.”
A mudança em breve para os Estados Unidos não o deixa tão inseguro. “Claro que vou sentir bastante falta da minha família, mas, como já tinha passado por uma etapa intermediária, acho que vou me acostumar bem”, diz ao se referir a sua mudança de Salvador, onde nasceu, para São Paulo em 2008. “Acabei mudando para São Paulo para fazer o último ano do ensino médio, porque teria mais oportunidade para treinar e me preparar para as olimpíadas”, conta.
Melhor desempenho
Outros cinco brasileiros participaram da competição, que aconteceu de 14 a 21 de julho e reuniu jovens de 14 a 19 anos de mais de 100 países.
No desempenho geral, a equipe brasileira também se superou e obteve o seu melhor resultado desde que começou a participar das olimpíadas internacionais, em 1979. Além do ouro de Henrique, o Brasil levou três medalhas de prata e duas de bronze. Com esse resultado, ficou em 17º lugar.
A conquista foi bastante comemorada pela organização da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), que faz a seleção dos que irão disputar a etapa internacional.
“O grau de dificuldade das questões é bastante alto. Para chegar nesse estágio, é preciso um trabalho de dois anos. A preparação exige bastante dos candidatos mesmo”, afirma Carlos Shine, coordenador acadêmico da OBM.
Para se chegar nos seis estudantes que representaram o Brasil, houve uma seletiva somente com os medalhistas da fase nacional, que foram cerca de 30. “O nível das quatro provas de seleção já é bom, o que ajuda a selecionar bem”, avalia.
Parabéns a todos esses brilhantes rapazes, continuem esforçando-se, um dia estarei ai com vocês, estou me esforçando muito para que isso aconteça, e mais uma vez parabéns a todos, abraços. Pereira…