A ansiedade é uma manifestação fisiológica inerente ao ser humano e até necessária para a sobrevivência social.
“Ela aparece desde o nascimento e segue até a morte. Na cidade e no campo, entre ricos e pobres, homens e mulheres. Mas devemos diferenciar a ansiedade adaptativa (normal) da ansiedade patológica (doentia), que desencadeia sofrimento e problemas de ordem social”, alerta o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Projeto Ansiedade do Ambulatório de Ansiedade do Departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
É preciso ficar atento. “A ansiedade normal, por exemplo, é aquela que nos faz ficar acordados na noite anterior a uma prova importante”, explica o médico. Nesses casos, alguns recursos podem ajudar:
Mas quando o quadro ansioso é desproporcional, torna-se patológico.A incidência da ansiedade patológica na população mundial é de 25%, ou seja, uma a cada quatro pessoas sofre além da conta com seus problemas. No Brasil estima-se 50 milhões de ansiosos, dos quais 20 milhões estão sendo tratados, outros 10 usam recursos paliativos ou alternativos e outros 20 milhões padecem sem saber que há um controle sobre a doença.
Como saber quando é necessária uma ajuda médica? No Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas, os especialistas orientam a ficar alerta a sinais de ansiedade e preocupações excessivas com fatos do cotidiano persistentes por pelo menos seis meses.
Algumas alterações clínicas, junto com a preocupação em excesso, podem reforçar a presença da ansiedade patológica. Entre elas estão gastrites, diarreias, colites, elevações passageiras da pressão arterial, cansaço após fases de inquietação ansiosa, taquicardias, falta de ar passageira, dificuldade em iniciar o sono noturno.
A procura precoce de uma avaliação ajuda a evitar a cronificação de uma doença e prejuízo importante com piora da qualidade de vida de maneira geral.