Apesar de antiga, recomendo a leitura da matéria abaixo por parte dos papais e mamães que planejam ter filhos. Ela mostra a importância que certas vitaminas têm no sentido de evitar o nascimento de bebês com problemas genéticos. Confira:
Estudo aponta: consumo de ácido fólico reduz o risco de alterações nos espermatozóides, que podem causar aborto e má-formação do feto
Da Redação
Ter uma dieta rica em ácido fólico, um nutriente derivado da vitamina B, ajuda a manter o esperma dos futuros papais saudável e evita que a criança nasça com anomalias genéticas, segundo um estudo da Universidade da Califórnia, em Berkeley (Estados Unidos). Os resultados foram publicados na revista científica Human Reproduction. A vitamina é amplamente recomendada às gestantes por ajudar a prevenir algumas doenças, como má-formação do tubo neural, por exemplo, mas esta é a primeira vez que a ciência encontra uma ligação explícita entre a saúde do bebê e a alimentação do pai.
O ácido fólico é necessário para a formação de DNA, RNA, proteínas e para a renovação das células. Também ajuda a manter estáveis os níveis de homocisteína, uma aminoácido que, em quantidades elevadas, pode estar associado a doenças do coração. Estima-se que de 1% a 4% dos espermatozóides de um homem saudável são aneuplóides, ou seja, possuem número de cromossomos maior ou menor do que o normal. Se um desses espermatozóides defeituosos fecundar um óvulo normal, pode provocar um aborto espontâneo ou gerar um feto com anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down ou de Klinefelter.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley analisaram os hábitos de 89 homens saudáveis, com idades entre 22 e 80 anos. “Eles preencheram um questionário que incluía freqüência de ingestão de zinco, beta-caroteno, ácido fólico e vitaminas C e E, e forneceram uma amostra de sêmen. Então, casamos os hábitos e as aneuploidias contidas no esperma”, disse ao Correio Brenda Eskenazi, coordenadora do estudo.
Após dois anos de análises, a equipe de Eskenazi descobriu que os homens que ingeriam maior quantidade de ácido fólico (entre 770 e 1150 microgramas ao dia) tinham 19% menos espermatozóides aneuplóides se comparados àqueles que ingeriam quantidade moderada.
O ácido fólico está presente na carne de fígado, legumes, verduras de folhas e frutas cítricas. Mas, antes que os futuros pais encham os pratos da vitamina, a cientista alerta que a pesquisa é apenas um primeiro olhar sobre o problema. “Este é um primeiro estudo e precisa do apoio de outras futuras análises mais generalizadas para ser confirmado”, explicou Eskenazi. “Nossa pesquisa ainda não prova que altas quantidades de ácido fólico são responsáveis por baixos níveis de aneuploidia no esperma, mas sim que há uma relação.”
Obrigatório
Estudos anteriores já haviam provado que o consumo médio de 400 microgramas de ácido fólico por dia para mulheres grávidas pode ajudar na prevenção de má-formações no feto. Baseado nisso, em 1998 o governo norte-americano passou a exigir que produtos derivados de grãos, como pão e cereais, fossem adicionados do nutriente. Reino Unido e Austrália chegaram a implementar a medida por algum tempo, mas desistiram em função da polêmica que o assunto suscitou. Alguns grupos alegaram que o que vai na mesa é de escolha do consumidor. “Eu acho que é importante, principalmente agora que sabemos que isso diz respeito ao pai também”, opinou Eskenazi.
Fontes mais comuns
A pesquisa da Universidade de Berkeley, na Califórnia, recomenda uma dieta rica em ácido fólico para homens e mulheres. Confira alguns alimentos que contêm a substância em maior quantidade.
Cereais, alguns tipos de pão e de grãos. Pêra, laranja, frutas cítricas em geral. Espinafre, feijão, aspargos, brócolis, milho, alguns tipos de alface. Ovo cozido, fígado.