Professores temporários chegam a 46% em SP

O número de professores temporários na rede estadual de São Paulo chegou neste ano a 46% do total, a maior proporção desde 2005, informa reportagem de Fábio Takahashi, publicada ontem, terça-feira, pela Folha.

No ano passado, o então governo de José Serra (PSDB), hoje candidato à Presidência, anunciou como meta diminuir a taxa para 10% em quatro anos. Àquela época, o número era 42,4%.

Os dados são da própria Secretaria da Educação. Em números absolutos, são hoje 101 mil não efetivos. Um concurso público com 10 mil vagas foi feito em março, mas os aprovados só começarão a trabalhar no ano que vem.

Pesquisadores afirmam que o contingente de temporários tem impacto direto na qualidade de ensino, uma vez que eles tendem a ter uma rotatividade maior nos colégios -os temporários só podem escolher suas escolas depois que todos os concursados já fizeram suas opções.

OUTRO LADO

A Secretaria da Educação de SP diz que hoje há menos temporários que no passado e que trabalha para reduzir a proporção ainda mais.

Em 1996, aponta o governo Alberto Goldman (PSDB), 68% dos docentes eram temporários; hoje são 46%.

“Nossa meta é reduzir, ao máximo, esse patamar. Prova disso foi a realização de um concurso público em março para provimento de 10 mil cargos efetivos”, afirma a nota da secretaria.

Os aprovados passam por curso de formação. Os que obtiverem o desempenho mínimo deverão começar a trabalhar no ano que vem.

“São Paulo passa a ter professores mais preparados e com melhor qualificação em sala de aula”, diz a pasta.

A secretaria afirma na nota que, “mesmo com os concursos, os não efetivos são necessários para as substituições dos impedimentos dos docentes, por motivo de licenças ou afastamentos”.

AVALIAÇÕES

Questionada sobre o atual contingente de temporários, a pasta diz que não o considera adequado, “por isso vem realizando concursos ao longo dos anos”.

A secretaria afirma também que todos os docentes, inclusive os temporários, recebem capacitação.

Sobre a qualidade do ensino, a secretaria diz que “avaliações nacionais e estadual indicam melhora do ensino da rede estadual paulista”.

Um dos exemplos citados é o do Idesp, indicador estadual que considera taxas de reprovação e o desempenho dos alunos em provas.

Desde 2007, a média dos alunos da 4ª série subiu de 3,23 para 3,86, “o que significa maior proporção de alunos com níveis adequados de desempenho”.

[ + ] Fonte: Folha Online

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