Por Pasquale Cipro Neto
Que têm em comum palavras como “pedinte”, “agente”, “fluente”, “gerente”, “caminhante”, “dirigente” etc.?
Não é difícil, é?
O ponto em comum é a terminação “-nte”, de origem latina.
Essa terminação ocorre no particípio presente de verbos portugueses, italianos, espanhóis…
Termos como “presidente”, “dirigente”, “gerente”, entre inúmeros outros, são iguaizinhos nas três línguas, que, é sempre bom lembrar, nasceram do mesmo ventre.
E que noção indica a terminação “-nte”?
A de “agente”: gerente é quem gere, presidente é quem preside, dirigente é quem dirige e assim por diante.
Normalmente essas palavras têm forma fixa, isto é, são iguais para o masculino e para o feminino; o que muda é o artigo (o/a gerente, o/a dirigente, o/a pagante, o/a pedinte).
Em alguns (raros) casos, o uso fixa como alternativas as formas exclusivamente femininas, em que o “e” final dá lugar a um “a”.
Um desses casos é o de “parenta”, forma exclusivamente feminina e não obrigatória (pode-se dizer “minha parente” ou “minha parenta”, por exemplo).
Outro desses casos é justamente o de “presidenta”: pode-se dizer “a presidente” ou “a presidenta”.
A esta altura alguém talvez já esteja dizendo que, por ser a primeira presidente/a do Brasil, Dilma Rousseff tem o direito de escolher.
Sem dúvida nenhuma, ela tem esse e outros direitos.
Se ela disser que quer ser chamada de “presidenta”, que seja feita a sua vontade – por que não?