Por não conseguir organizar exame, MEC cancela Enem de abril

Diante das sucessivas questões judiciais envolvendo os candidatos que prestaram o exame em 2011, e a dificuldade em organizar o Enem de forma transparente, não dava para esperar outra coisa que não fosse o cancelamento das avaliações marcadas para o mês de abril.

O Ministério da Educação informou na noite de ontem (sexta-feira, 20) que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terá apenas uma edição este ano, nos dias 3 e 4 de novembro.

Segundo o MEC, a realização de duas edições em 2012 sobrecarregaria as estruturas logísticas do exame.

Na quinta-feira (19), o ministro Fernando Haddad afirmou que a decisão judicial que determinou o acesso de todos os candidatos à redação do Enem dificulta ainda mais a possibilidade da realização de dois exames neste ano, como estava inicialmente previsto.

Na terça-feira (17), a Justiça Federal acatou o pedido da Procuradoria e concedeu liminar obrigando o ministério e o Inep, órgão responsável pelo Enem, a fornecerem acesso à prova de redação e ao espelho de correção para todos os 4 milhões de candidatos do último exame. O governo já recorreu da decisão.

EXIGÊNCIAS

O ministro, que vai deixar o cargo na próxima terça-feira para concorrer à Prefeitura de São Paulo, reforçou que não há condições técnicas atualmente para oferecer a redação para todos os candidatos.

“O coroamento do Enem passa por duas edições no ano e nós sabemos disso desde 2009. Mas não podemos colocar a máquina em fadiga, sobretudo com essas novas exigências que estão sendo feitas pelo Ministério Público”, disse o ministro logo após participar do programa “Bom Dia Ministro”, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Haddad criticou o fato de que as exigências que estão sendo feitas ao Enem não se repetirem em nenhum outro vestibular.

“Por que um vestibular que tem 30 anos ainda não se preparou para isso e o Enem que tem três precisa se preparar no dia da divulgação do resultado?”, questionou o ministro, que chegou a levantar a hipótese de que as ações contra o exame sejam políticas.

“Dá quase a impressão de que é uma questão ideológica que está por trás e não uma questão técnica séria. Será que é isso?”. Ele também considerou que a decisão da Justiça Federal do Ceará “desconsiderou” outra de um juiz de Brasília que homologou um termo entre o ministério e o Ministério Público do Distrito Federal.

[ + ] Fonte: Folha

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