O ministro da Educação, Fernado Haddad, disse nesta terça-feira que a realização de duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2012 não está garantida. Segundo ele, a aplicação do exame neste primeiro semestre está em discussão pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enem. O edital de contratação do consórcio que aplicou o Enem em 2011 prevê a realização de duas edições da prova em 2012.
– A ideia original é essa. Estamos tratando desse assunto com o consórcio. Estou discutindo com a equipe que fica, até porque é ela que vai ter que dar impulso ao Enem – disse ele, também anunciando que deixará o ministério na segunda quinzena deste mês.
Segundo Haddad, o que preocupa é a capacidade de dobrar o esforço para aplicar não apenas um, mas dois exames em um único ano, o que nunca foi feito. Ele lembrou que o último Enem teve 5 milhões de inscritos. O ministro afirmou que o problema não é de falta de dinheiro e declarou que a decisão de realizar ou não duas edições do Enem este ano precisa ser tomada no máximo até o início de fevereiro.
O ministro também disse que encara com normalidade o número de ações judiciais de participantes do último Enem que pedem a revisão da nota da redação. Segundo o MEC, 71 participantes questionaram na Justiça a nota da redação. Desse grupo, 28 tiveram o pedido acatado e as redações foram reavaliadas, mas apenas um estudante teve a nota alterada. Ainda de acordo com o MEC, a alteração foi feita pelo próprio ministério, independentemente da ação judicial, porque houve erro no processamento da correção.
– É absolutamente normal que, num universo de 4 milhões de candidatos, algumas dezenas de pedidos dessa natureza (sejam feitos).