Poucas vezes li um texto tão bom quanto este que estou compartilhando aqui. Ele é de autoria de Maria do Rosário Silva Souza, uma Psicopedagoga que possui vários outros artigos igualmente brilhantes.
Neste, ela foi precisa ao abordar questões importantíssimas na relação que devemos ter com nossos filhos. A proposta de nos orientar é seguida a risca em cada linha do texto.
Boa parte das dicas nós até conhecemos, mas ainda sim, em muitas oportunidades não a colocamos em prática. Por isso vale muito a pena ler o texto!!!
Algumas dicas e orientações para auxiliar no desenvolvimento de seu filho
Demonstro o que sinto por meu filho quando: ofereço carinho, colo, cafunés, tom suave de voz, expressão do meu rosto, palavras como “Amo você”, elogios sinceros, aceitando-o como é, nada de comparações, procurando ser justo…
Como dar segurança à criança
- Ofereça-lhe a mão, o colo, quando sente medo ou está insegura.
- Proponha que brinque com outras crianças e leve-a a lugares diferentes, diga a verdade com tranquilidade a respeito do dentista, do médico, da provável dor…
- Não a deixe sentir-se envergonhada e nem a superproteja…
- Também não a ameace de “mentirinha”.
- Diga não com firmeza, explique as regras do jogo da vida e saiba também dizer sim e permitir…
- Trace limites, dosando firmeza e o cumprimento das regras.
- Ensine-a se controlar…
- Procure dar o exemplo, coloque-se no lugar dela e verbalize o que está sentindo…
- Permita e incentive que faça muita coisa sozinha e reforce suas conquistas de independência…
- Busque mostrar o que é trabalho, chamando-a para dividir algumas tarefas com você. Interesse-se pelo que ela faz…
- Procure orientá-la quanto ao respeito que se deve ter com cada um e evite ter atitudes preconceituosas ou discriminatórias…
- Converse muito, saiba ouvir, leia para e com ela, explique, faça perguntas e, se precisar, chame-lhe a atenção…
- Ajude-a sentir orgulho do que faz e a acreditar em si mesma: “Viu, como você é capaz? Você é importante e especial!”
- Assim irá desenvolvendo nela bons sentimentos em relação a si mesma e aos outros…
- Faça do seu aniversário um grande dia! O dia mais importante do mundo! Bolo, velhinhas, bexigas, cartazes, bilhetes, cartões, surpresas escondidas pela casa…
- Olhe nos olhos dela enquanto fala com ela…
- Se ela diz: “Não sei… não consigo… faça para mim”…
- Responda: “Claro que sabe… Tente outra vez. Faça como acha que deve ser”. E se policie, evitando dizer: “Não, não é assim!”
- À medida que se sente útil, valorize-a e procure lembrar que, em algumas coisas, alguém pode ser melhor que ela e vice-versa.
- Conte até 10; até 100, se for preciso…
- Não permita que irmãos mais velhos chamem o menor de “burro”…
- Palavras como “burro”, “bobo”, “sujo”, “desligado”, “malvado”, “estúpido” ferem e tem péssimas consequências.
- Procure evitar que se sinta culpada: “Isto não se faz!…” e basta.
- Sentimentos de culpa a tornarão infeliz.
- Não a ameace com o seu afeto: “Estou triste com você!…”.
- As crianças precisam saber que estão aprendendo. “Olha! Sei fazer!” “Sei subir rápido na escada!” “Sei pular com um pé só!” “Veja, a letra do meu nome!…” “Olha, o ‘V’ da vovó!” “Consegui montar o quebra-cabeça!”
E agora, vamos brincar?
A alegria e a vibração com que grita para nós, transmitem-nos o orgulho da criança e como se sente importante. Ela tem um sentido de realização e sente-se satisfeita com seu desenvolvimento.
No aspecto físico a criança precisa desenvolver a habilidade motora. Deve saltar jogar bola, pular, rodar um pneu velho, balançar, passar por um túnel de caixas de papelão, manipular uma bola de meia, modelar com massa, colorir, pintar, desenhar, rasgar papéis, cortar com tesoura sem ponta, desenvolvendo assim os pequenos músculos, responsáveis pela coordenação motora fina.
Aos três anos, a criança sente que é alguém e começa a participar de brincadeiras com outras crianças, o que devemos estimular.
A maioria das crianças pequenas não gosta de partilhar suas coisas. Pais sensatos interferem de maneira firme, mas carinhosa. Elas aprendem a dividir com a ajuda dos pais: “Sua vez de andar na bicicleta e depois da Daniela…” “Gostei muito de ver como vocês brincaram hoje…”.
É importante conversar sobre os seus amiguinhos, para ajudar a criança a compreendê-los e aceitá-los. A aceitação do outro a ajudará a sentir-se e fazer-se aceita mais tarde. Portanto, dê a ela oportunidade de enriquecer suas amizades.
Desde pequena deve aprender que a dignidade não depende da qualidade de suas roupas, da cor de sua pele, do dinheiro que sua família possui ou do tipo de casa em que moram. Este é o segredo para um começo de vida feliz e, por certo, mais verdadeira, sem falsos valores ou transferências materiais consumistas.
A criança tem necessidade de muitas coisas para desenvolver suas habilidades, suas atitudes e a compreensão, que a ajudarão quando chegar o momento do ensino formal ou acadêmico.
Outros Aspectos que se desenvolvam brincando
Os aspectos que também precisam ser desenvolvidos, além da psicomotricidade, podem ser enumerados da seguinte forma:
- Vocabulário, ampliando a compreensão e o uso de muitas palavras.
- Diferenciação visual, observando semelhanças e diferenças.
- Classificação, seriação e sequenciação, onde aprende a pensar, agrupando, criando e descobrindo critérios e categorias.
- Percepção auditiva e tátil (descriminando sons, ouvindo enquanto você fala, manipulando objetos).
- Observação e atenção para desencadear a curiosidade, a concentração e a capacidade de comparar, concluir, generalizar, estabelecendo relações.
- Interesse e prazer em descobrir o mundo ao seu redor, conquistando autonomia e êxito.
Maria do Rosário Silva Souza – Psicopedagoga