O sal é um condimento muito requisitado. Na hora de temperar a salada e de dar um gostinho a mais aos petiscos, lá se vão algumas generosas pitadas dele. Sem falar que está presente em quantidade considerável nos alimentos industrializados. O problema é que o seu excesso está ligado à elevação da pressão arterial. E a hipertensão, doença que causou a internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana, pode levar a infartos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência renal terminal.
Estudo divulgado neste mês na publicação The New England Journal of Medicine intensifica o alerta. Pesquisadores das universidades da Califórnia, Stanford e Columbia, nos Estados Unidos, constataram que, se os americanos reduzissem a ingestão de sal a apenas meia colher de sopa por dia (3g), haveria de 44 mil a 92 mil menos casos de morte e, de 54 mil a 99 mil, de ataque cardíaco.
De acordo com o jornal The New York Times, o prefeito de Nova York, Michael R. Bloomberg, solicitou que fabricantes de comida e restaurantes diminuam o sal em 25% nos próximos cinco anos.
Prós e contras do sal
O sal é composto por sódio, que tem relação direta com a hipertensão arterial, e cloreto. A dieta habitual da população conta com 10g a 12g do produto por dia, quase o dobro da recomendação. “Ela é de 2,4g de sódio, ou seja, 6g de sal”, disse o nutricionista Erick Prado de Oliveira, do Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (Cemenutri) da Universidade Estadual Paulista (Unesp)/Botucatu.
Engana-se quem pensa que o excesso resulta principalmente das pitadinhas a mais, o que representa apenas cerca de 15% do consumo. Os grandes vilões são os alimentos industrializados, com 75%. Segundo Oliveira, comer meia lasanha congelada e um pacote de miojo já significa a ingestão de praticamente 3g de sódio, quando o máximo permitido é 2,4g.
Apesar de o sal em grandes quantidades ser um problema, o uso de forma controlada traz benefícios. “É necessário para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os humanos, e está envolvido na regulação da quantidade de água do organismo. Além disso, é enriquecido com iodo, prevenindo o bócio.”
Portanto, moderação é a palavra-chave. Mas como saber se está dentro do limite esperado? Na prática, não há um método que garanta números exatos. Olhar as embalagens e saber as fontes de sódio já ajuda. Além disso, sentir muita sede após saborear um alimento rico em sal, como os salgadinhos, é sinal de que provou muito condimento.
Gostei da matéria, é importante informar e alertar as pessoas.