Interlocutor: Jerome Valcke atua pela FIFA junto ao Governo brasileiro

Antes de chute no traseiro, “Brasil” deveria ter tido vergonha na cara

Pra falar o português claro, já encheu o saco toda essa discussão envolvendo a realização da Copa do Mundo no Brasil.

É bem verdade que o interlocutor da FIFA, o francês Jérôme Valcke – após a comissão especial da Câmara dos Deputados adiar a aprovação do projeto da Lei Geral da Copa -, não tinha o direito de vir a publico dizer que os responsáveis pela organização da Copa no Brasil tinham que levar um chute no traseiro, no entanto, o que nós temos visto desde outubro de 2007, quando foi anunciado que o país sediaria o evento em 2014, é uma mistura de descaso e irresponsabilidade de muitos dos envolvidos na organização do Mundial.

Interlocutor: Jerome Valcke atua pela FIFA junto ao Governo brasileiro
Interlocutor: Jerome Valcke atua pela FIFA junto ao Governo brasileiro

Na época do anúncio, muito se discutiu se o Brasil teria condições de realizar um evento tão grande como esse. O país tinha (e continua tendo) tudo por fazer: construir ou reformar por completo os estádios, melhorar a infraestrutura de aeroportos, metrôs, vias de acesso aos estádios e sedes do evento, etc.

Hoje, passados 4 anos e 6 meses de ser anunciado como a sede da Copa de 2014, o que o Brasil tem pronto ou bem encaminhando para o evento?

Pronto, pronto mesmo, nós não temos nada, absolutamente nada. Por exemplo, a construção e reforma dos estádios segue em marcha lenta. No Beira-Rio, em Porto Alegre, as obras estão paradas a mais de 200 dias, tudo por conta da falta de garantias financeiras da construtora responsável pela reforma do estádio do Internacional.

Em outros estados e estádios, há o impasse relacionado às condições de trabalho dos operários envolvidos com os projetos do Mundial, que reivindicam benefícios e melhores salários. Ou seja, não estão descartadas novas greves – que já afetaram o Maracanã (Rio de Janeiro), Mané Garrincha (Brasília), Arena Fonte Nova (Salvador), entre outros.

E o que dizer do orçamento das obras? Diante dos atrasos e dos inúmeros impasses que adiam o início ou continuação das reformas e construção dos estádios, a previsão do custo só aumenta. Em janeiro, chegou a ser divulgado que tal custo havia sofrido um aumento estimado em R$ 590 milhões desde janeiro de 2010, quando foi assinada a Matriz de Responsabilidade da Copa pelos governos federal, estaduais e municipais que receberão os jogos.

À época, estimava-se que o custo total de todos os 12 estádios da Copa de 2014 não ultrapassaria os R$ 5,6 bilhões. Hoje, com a atualização dos Governos locais de cada cidade-sede, a previsão supera os R$ 7 bilhões.

Por tudo isso, antes mesmo de “tomar um chute no traseiro”, nossos governantes deveriam ter tido vergonha na cara, responsabilidade e humildade, para assumir que o Brasil não tinha e não teria condições de organizar um evento tão grandioso como é uma Copa do Mundo.

2 comentários em “Antes de chute no traseiro, “Brasil” deveria ter tido vergonha na cara”

  1. Raymundo Favacho

    Desculpe,mas o autor do texto desconhece o mecanismo do Brasil para desfio de verba. O Brasil tem capacidade sim somos a 6 maior economia do mundo.

    1. Não é o que nós estamos vendo! Nosso país vive uma boa fase econômica, mas uma Copa do Mundo exige muita coisa, e nós não temos absolutamente nada pronto.

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