Esta é uma matéria muito pertinente, haja vista que não são poucos os pais que tem dificuldades para alimentar corretamente seus filhos.
1. Dê os nomes certos aos alimentos
Rúcula, alface, escarola, agrião, couve. São diversos vegetais de gostos diferentes mas, na hora de mostrar para a criança, muitas mães colocam todos sob o mesmo rótulo, chamando-os simplesmente de “verdinho”. Para a nutricionista Elaine de Pádua, especialista em alimentação na infância e adolescência e autora do livro “O Que Tem no Prato do seu Filho?” (Editora Alles Trade; leia entrevista com ela aqui), o erro leva a criança a descartar vários alimentos de uma vez só. “Talvez ela goste de couve e não de alface. Mas se tudo for chamado de ‘verdinho’, ela não aceitará nem um, nem outro”, diz.
2. Respeite a rotina da criança
De acordo com Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz e criador do Portal Pediatria em Foco, as crianças precisam ter horários regrados e a alimentação não foge desta regra. Mas é comum que, nos finais de semana, tudo fique fora de ordem e a coisa mude de figura. “E então pode virar um efeito dominó”, diz o especialista. Se a criança almoçar dois dias mais tarde do que o usual, vai ser difícil fazer com que ela almoce novamente no horário correto na segunda-feira.
3. Não faça sempre a vontade da criança
“Os pais precisam deixar claro que são eles que mandam na alimentação”, diz Reibscheid. Quando novos alimentos passam a ser sugeridos, a criança que ainda está acostumada com o leite muitas vezes vai resmungar e resistir à novidade. Nesta hora, a arma dos pais é a perseverança. Vale até mascarar alguns alimentos. Mas sem exageros.
4. Varie na apresentação dos alimentos
A criança precisa de uma alimentação equilibrada e balanceada. Para isso, às vezes é necessário colocar a cenoura que ela nunca quer junto com o arroz, por exemplo, para que comece a aceitar. Mas não pare por aí: se seu filho aceitou a cenoura preparada com o arroz, o que mais pode ser feito? De acordo com Elaine de Pádua, os pais podem partir para um sanduíche com cenoura ou um suflê de cenoura, por exemplo. “A criatividade é muito importante nesta hora e a criança pode conhecer aquele alimento de diversas formas”, comenta.
5. Não seja preguiçoso
Para Alexander Gomes de Azevedo, nutrólogo e autor de “Pais Inteligentes, Filhos Saudáveis” (Editora Diagrama), o maior erro cometido pelos pais é alimentar os filhos com aquilo que é mais fácil de ser feito. O paladar da criança ainda está em formação e alimentá-la com salgadinhos, sanduíches e doces é um mau começo. Vai ser ainda mais difícil fazê-la comer bem no futuro, já que estará acostumada com os vilões.
6. Evite a compensação
É comum muitos pais se sentirem culpados por passarem bastante tempo fora de casa, mas encher as crianças de guloseimas ou levá-las a restaurantes de fast food não só não vai resolver o problema, como pode criar outros. De acordo com a nutricionista Camila Podete, consultora e responsável pela Nutri Materno Assessoria Nutricional, em São Paulo, esse expediente pode deixar a criança desinteressada por alimentos mais saudáveis, já que ela sabe que um prato de espinafre pode ser substituído por outro mais atraente.
7. Desligue a televisão
Pode parecer mais fácil colocar a criança para ver um desenho animado enquanto come, já que ela se distrai, mas Camila Podete recomenda cuidado. “É muito importante o momento da alimentação ocorrer em um local tranquilo. A criança precisa conseguir sentir os sabores da comida, para não recusá-la posteriormente”. Elaine de Pádua ainda comenta que é comum ver os pais levarem DVDs portáteis a restaurantes, para o filho assistir a um filminho enquanto come. “Isso pode atrapalhar muito”, avisa. A criança está aprendendo a mastigar nesta fase e distraí-la pode atrapalhar o processo.
8. Dê atenção aos detalhes
Ao tratar com as crianças, é preciso deixar tudo o mais atraente possível. Muitos pais pensam que não é necessário, mas colocar a mesa e fazer os pratos visualmente interessantes são atitudes que contam muito para seus filhos apreciarem o momento e a comida. “É preciso deixar de achar que a criança não tem gosto e não liga para isso ou aquilo”, diz Elaine.
9. Não force a alimentação
Os pais precisam aprender a aceitar a vontade dos filhos quando eles não querem comer. Marcelo Reibscheid explica: se a criança pedir um copo de leite em vez do jantar, com arroz, feijão, ovo e carne, não se deve atender ao pedido dela, mas tampouco forçá-la a comer. “Se os pais dão o leite, ela irá repetir a atitude. Mas se você disser às 18 horas que é só aquele prato que tem, e permanecer firme, às 20 horas ela vai aceitar”, diz ele.
10. Dê o exemplo
Não adianta querer que seu filho tome um suco de couve enquanto, na frente dele, você toma refrigerante. A regra é simples: se os pais dizem às crianças para não consumir determinado alimento mas, ao mesmo tempo, o consomem, é difícil manter uma linha de coerência e fazer com que os filhos se alimentem de forma saudável. Os pais precisam ser a referência das crianças e fazer pelo menos uma refeição por dia com os pequenos. “Elas vão imitar o jeito de comer, o que vão comer, então é importante para as crianças ver o que os pais comem ou deixam de comer”, completa Camila Podete.
[ + ] Fonte: Delas iG