As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês). O estudo, feito com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores “nunca ou quase nunca” têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.
Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores “nunca ou quase nunca” têm de esperar que a classe se discipline. Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas. Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem. O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos.
Menos distúrbios
O estudo identificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000. “A disciplina nas escolas não deteriorou – na verdade, melhorou na maioria dos países”, diz o texto da pesquisa. “Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais.” Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes. “Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar”, afirma o relatório da OCDE. “Estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções.”
A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma “relação positiva entre alunos e professores”. Se os alunos sentem que são “levados a sério” por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório. No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos. “Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem (seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009”, afirma o relatório. Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.
Causa indignação ainda maior saber que em todas as situações, a culpa é sempre do professor. Não há respeito algum, os valores estão sendo esquecidos. Quando há alguma correção, o aluno se sente lesado. O Brasil deve acordar, logo não teremos mais educadores…
Na verdade, acredito que a indisciplina é a causa principal do fracasso da educação no Brasil. Hoje, a maioria dos alunos principalmente de escolas públicas não possuem o mínimo de respeito se quer por um professor e nem mesmo pelos colegas e funcionários. O que me deixa muito indignada como educadora.