A Agência Nacional de Vigilância Sanitária criou regras novas para a venda de produtos nas farmácias. Um dos objetivos é evitar a automedicação.
De ração pra cachorro a meia calça. Tudo isso, além de remédio, o consumidor encontra em uma farmácia em Belo Horizonte.
“Você já mata um coelho com duas cajadadas só. Chega, achou tudo que você precisa, não tem que sair procurando uma coisa aqui, outra acolá”, disse o mestre de obra Vicente Basílio.
Mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária decidiu limitar o que as farmácias podem vender.
“Ao entrar na farmácia, muitas vezes ele é seduzido a levar um medicamentozinho pra gripe, uma vitaminazinha pra alguma coisa que ele absolutamente na maioria das vezes não tem. Então, funciona como uma isca, um chamariz e isso nós não podemos estimular”, disse o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo.
A Anvisa também quer dar fim ao que já virou um hábito para muita gente. Essa facilidade do próprio consumidor pegar o remédio na prateleira e ir direto ao caixa vai acabar. Mesmo os medicamentos que não precisam de receita vão ter que ficar fora do alcance do cliente, atrás do balcão. A mudança quer tentar dificultar a automedicação.
Segundo a Agência, remédios são a principal causa de intoxicação hoje no Brasil. A Anvisa também decidiu que só as farmácias com lojas abertas ao público vão poder vender medicamentos pela internet. Para esse tipo de venda e para vendas por telefone, será obrigatório ter um famacêutico de plantão que vai tirar as dúvidas do consumidor. E os remédios de tarja preta, só podem ser comprados pessoalmente. As farmácias têm seis meses para se adaptar às novas regras.
Para o instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, pra evitar automedicação, o importante é fiscalizar mais.
“A gente espera que a Anvisa intensifique o controle no que diz respeito a venda de medicamentos que são sob prescrição medica e que não são exigidas a prescrição não está sendo exigida no momento da venda”, disse Mirtes Peinado, consultora técnica do Ibedec.